domingo, 6 de dezembro de 2015

Dízimo é mandamento para os nossos dias?


No Antigo Testamento, o dízimo, como vemos em Levítico 27:30, Deuteronômio 14:22, Números 18:26 e diversos outros versículos, era de fato exigido pela lei. Lei que obrigava todos os israelitas a dar 10% do fruto do seu trabalho para o Tabernáculo/Templo. Por conta destes versículos, alguns entendem que podem determinar um percentual, digamos, o “mínimo aceitável” para a contribuição de uma igreja local, e como muitos fazem, ainda dizem que se não der o dízimo, o “Gafanhoto Espiritual” virá destruir a fonte de recursos do “não dizimista.”

Interessante que no Novo Pacto, Novo Testamento, Nova Aliança não há nenhuma ordenança que as ofertas devem ter algum preceito da Lei. O que Paulo afirma em I Coríntios 16: 1-2 é que os cristãos devem separar parte de seu sustento para ofertar. Mas claramente essa oferta deve ser razoável, de acordo com a renda de cada um, até para que não seja um peso na vida de ninguém.

Também não encontramos no Novo Testamento nenhum percentual para a oferta, ou alguma margem de percepção para se dizer qual valor específico alguém deve ofertar. Ou seja, quando vemos algum pastor “famoso” propondo desafios que mais parecem leilões (quem pode dar dez mil? E cinco mil?) já sabemos que não há respaldo bíblico para tal conduta.

Que fique claro: para a igreja contemporânea, não é bíblico e nem coerente adotar a prática de doar 10% a titulo de mandamento. Alguém pode dizer que dez por cento é a quantia razoável a oferecer. Sem problemas, mas não é mandamento. Conheço pessoas que conseguem doar 30% de seus rendimentos, como também conheço pessoas que conseguem doar 3%. Torno a dizer, isso tem que ser razoável e de acordo com a renda de cada um.

“Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com
pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria.”
(2 Coríntios 9:7)

Assim devemos nos conduzir nas questões financeiras de uma igreja local: ofertar por liberalidade e consciência de participação. Não por obrigação, imposição, intimidação ou manipulação emocional.

Pode ser que alguém diga também que sem dízimos, ou seja, sem colocar o medo do “gafanhoto” nas pessoas, não se sustenta as despesas básicas de uma igreja. Eu discordo, pois quando o verdadeiro Evangelho de Cristo é ensinado, a generosidade vem à tona.

A quem defende o dízimo do Antigo Testamento em nossos dias fica a pergunta: é mais fácil usar um texto fora do seu contexto original ou ensinar a compaixão e generosidade pela causa? Pense a respeito disso, mas saiba de antemão, dízimo não é um mandamento para os nossos dias.

Postagem de Marco Aurélio Cicco do site Reformai

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